segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Profissão : Jornalista

Quando entramos no mundo jornalístico, criamos um lema: ser diferente. Mas, diferente em quê?

Sonhamos em fazer a diferença em nosso país. Denunciar as corrupções, ir contra a lei de pensar quem a notícia prejudicará. Queremos, simplesmente, perder o medo.Desejamos parar de encobertar as ditaduras, parar de produzir uma mídia sensacionalista. Queremos parar de noticiar os problemas ambientais, parar de falar sobre a exclusão social, nós jornalistas desejamos incluir cada cidadão, queremos fazer algo pelo nosso país.

Sonhamos em presentear cada brasileiro com a nossa cultura, nossa fé, nosso trabalho, nossas tecnologias. E essa é a nossa meta, abrir a mente de cada leitor para o mundo ao seu redor.Tentamos incansavelmente, buscamos sem parar uma forma de quebrar o muro da censura e chegar a cada de cada brasileiro com o melhor de nossos trabalhos, queremos fazer a diferença na vida das pessoas e é sabido que isso não é fácil.

No passado, ser jornalista era difícil. Hoje é difícil. Amanhã será difícil. Não se escolhe habilitação jornalismo na folha do vestibular à toa. Não é na base do 'não sei o que fazer, faço jornalismo'. Pra ser jornalista é preciso querer, é preciso amar. Amar as palavras postas num texto, seja ele qual for, sobre o que for. É ter a dose certa de neutralidade somada aquela pitada de sentimento. O jornalismo corre nas veias e leva como lema a diferença em prol de um mundo melhor.

Ética ou censura?

Ética ou censura? Essa é a dúvida que paira no ar sobre a resolução 23.191/09 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A decisão, publicada em dezembro do ano passado, mas com efeitos nestas eleições, colocou limites para a cobertura jornalística, proibindo trucagem, montagem e recursos que possam ridicularizar candidatos, partidos políticos ou coligações.

Na prática, isso atinge em especial os programas humorísticos, que satirizam os políticos. Como por exemplo, o CQC e o Pânico na TV que criam várias situações que os deixam expostos. E, com frequência, reforçam tais situações com montagens em que o entrevistado, por exemplo, ganha nariz de Pinóquio ou leva uma bordoada na cara

Alguns afirmam que tal ação é uma preservação da ética e da imagem do candidato perante aos seus eleitores, contudo isso mais cheira a limitação da liberdade de expressão do que qualquer coisa ligada à ética. Em uma eleição, o cartunista, por exemplo, é uma figura importante. Não só para fazer humor, mas para provocar debate com a sua arte. Aquele debate que acontece na rua, na padaria, no boteco da esquina. O humor desses programas hoje em dia não é mais para fazer graça ao telespectador e arrancar audiência, ele é um gatilho que dispara a inteligência das pessoas.Ele faz o eleitor debater suas idéias, suas opiniões e trazer a polícia para dentro da sua rotina de uma maneira mais concreta e eficiente.

Talvez seja exatamente isso que os futuros governantes não queiram, que o eleitor comece a pensar e debater sobre eles, contudo o jornalismo que não se calou nem na época da ditadura não vai se deixar calar agora por tão pouca coisa, e é exatamente isso que esperamos desses programas. Nenhuma lei vai bloquear um jornalista de dar ao leitor uma chance de pensar e debate sobre algo.