segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Profissão : Jornalista

Quando entramos no mundo jornalístico, criamos um lema: ser diferente. Mas, diferente em quê?

Sonhamos em fazer a diferença em nosso país. Denunciar as corrupções, ir contra a lei de pensar quem a notícia prejudicará. Queremos, simplesmente, perder o medo.Desejamos parar de encobertar as ditaduras, parar de produzir uma mídia sensacionalista. Queremos parar de noticiar os problemas ambientais, parar de falar sobre a exclusão social, nós jornalistas desejamos incluir cada cidadão, queremos fazer algo pelo nosso país.

Sonhamos em presentear cada brasileiro com a nossa cultura, nossa fé, nosso trabalho, nossas tecnologias. E essa é a nossa meta, abrir a mente de cada leitor para o mundo ao seu redor.Tentamos incansavelmente, buscamos sem parar uma forma de quebrar o muro da censura e chegar a cada de cada brasileiro com o melhor de nossos trabalhos, queremos fazer a diferença na vida das pessoas e é sabido que isso não é fácil.

No passado, ser jornalista era difícil. Hoje é difícil. Amanhã será difícil. Não se escolhe habilitação jornalismo na folha do vestibular à toa. Não é na base do 'não sei o que fazer, faço jornalismo'. Pra ser jornalista é preciso querer, é preciso amar. Amar as palavras postas num texto, seja ele qual for, sobre o que for. É ter a dose certa de neutralidade somada aquela pitada de sentimento. O jornalismo corre nas veias e leva como lema a diferença em prol de um mundo melhor.

Ética ou censura?

Ética ou censura? Essa é a dúvida que paira no ar sobre a resolução 23.191/09 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A decisão, publicada em dezembro do ano passado, mas com efeitos nestas eleições, colocou limites para a cobertura jornalística, proibindo trucagem, montagem e recursos que possam ridicularizar candidatos, partidos políticos ou coligações.

Na prática, isso atinge em especial os programas humorísticos, que satirizam os políticos. Como por exemplo, o CQC e o Pânico na TV que criam várias situações que os deixam expostos. E, com frequência, reforçam tais situações com montagens em que o entrevistado, por exemplo, ganha nariz de Pinóquio ou leva uma bordoada na cara

Alguns afirmam que tal ação é uma preservação da ética e da imagem do candidato perante aos seus eleitores, contudo isso mais cheira a limitação da liberdade de expressão do que qualquer coisa ligada à ética. Em uma eleição, o cartunista, por exemplo, é uma figura importante. Não só para fazer humor, mas para provocar debate com a sua arte. Aquele debate que acontece na rua, na padaria, no boteco da esquina. O humor desses programas hoje em dia não é mais para fazer graça ao telespectador e arrancar audiência, ele é um gatilho que dispara a inteligência das pessoas.Ele faz o eleitor debater suas idéias, suas opiniões e trazer a polícia para dentro da sua rotina de uma maneira mais concreta e eficiente.

Talvez seja exatamente isso que os futuros governantes não queiram, que o eleitor comece a pensar e debater sobre eles, contudo o jornalismo que não se calou nem na época da ditadura não vai se deixar calar agora por tão pouca coisa, e é exatamente isso que esperamos desses programas. Nenhuma lei vai bloquear um jornalista de dar ao leitor uma chance de pensar e debate sobre algo.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Pseudo-Liberdade.

Você beija uma pessoa, você lambe uma pessoa, essa pessoa dorme com você e, dali umas semanas (ou se você tiver sorte um mês), o quê? Ela some, e você segue sem entender o porquê.

Conversando com um amigo percebi que a maioria das pessoas estão tendo problemas desse tipo. E se contarmos só de mulheres, a porcentagem pode subir em 99,9 %.No geral o quadro é o mesmo, as pessoas se encontram, ficam juntas, e se separam na mesma fração de segundos que se encontraram. O orgão mais afetado? O coração. E quando ele não está bem, mesmo que todo o resto esteja, as coisas não ficam bem. Podemos estar as boas em casa, com a conta bancaria recheada, amigos descolados com vip's para as melhores baladas de Sâo Paulo, um emprego ótimo dentro da área escolhida,com um salario super alto e um carro sempre cheio de gasolina. Mesmo com tudo isso, se o coração não tiver bem, acredite você vai sofrer! Talvez não da mesma forma, não da mesma intesidade que sofreria se não tivesse tudo isso, mas ao menos um pouco vai. E imagine agora esse problema, somado a falta ou a frustação de não ter os outros?Sim, é um verdadeiro desastre psicologico, é o que meu amigo denominou como " crise social" , e me fez refletir e chegar na constatação que a culpa disso está na sociedade, nas pessoas em geral, na banalização sentimental.Tudo isso um grande fruto da pseudo-liberdade pregada pela mídia e pela multidão, fruto claro do "não sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também."As pessoas querem ser livres ... E para quê?Para machucarem e serem machucadas!Para os homens até é interessante, eles pegam qualquer uma ou quantas puderem e forem necessárias para serem MACHOS descolados, antenados e pegadores! E as mulheres para não ficarem por baixo decidiram “equilibrar” as coisas, dessa forma agora ELAS também "pegam" e também são descoladas.E qual é o resultado disso? Todo mundo pega todo mundo e todo mundo sofre por todo mundo.Mas, com uma única diferença, as mulheres são biologicamente mais sensíveis e então sofrem mais.Não vamos dizer que os homens não sejam. Mas se imaginarmos que o homem consegue transar com prostitutas e continuar sua vida normalmente uma hora depois, imagine com garotas normais que se interessam por eles?Já para as mulheres é tudo muito diferente, é necessario dormir com alguém que as olhe como mulher, que as trate como um ser humano, dotado de forças e fraquezas, dotada de sentimentos.Alguém pra quem um mero telefonema ou uma mensagem de boa noite faz muita diferença!Não digo que não haja algum momento do vida em que as mulheres dizem “dane-se tudo! Hoje eu vou zuar”. Muito pelo contratrio, toda a mulher já teve seus dias de fúria, e é exatamente essa a questão, isso é um MOMENTO não uma filosofia de vida.Saber que 10 caras (na festa) desejam transar com ela não é o mesmo do que saber que ao menos 2 caras (na mesma festa), sonham em ter ao seu lado uma pessoa como ela.Ter 25 caras olhando entre as suas pernas não chega nem perto da sensação de ter um cara, (de responsa, de atitude e de respeito) olhando em seus olhos.Ser levada pra casa por um cara que beija suavimente seus lábios, passa a mão em sua nuca e e diz: “Foi bom te conhecer! Ou “Foi bom ter passado esse tempo contigo” é bem diferente de ser levada por um cara que beija com pressa, passa a mão em todas as partes do seu corpo em 5 minutos, e depois corre para ir a algum outro lugar pegar mais alguma garota que esteja dando mole.E o que fazer se o mundo inteiro está assim? Deixando que as necessidades sejam maiores que os valores pessoais? As pessoas deixaram de se envolver e passaram apenas a ser turistas na vida das outras, passaram a se tornar de plastico ao invés de humanos.E agora resta saber se vale a pena tudo isso por uma pseudo-liberdade, afinal, é uma grande mentira viver sozinho mesmo quando ser " descompromissado" está mais na moda do que nunca

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Everton.


No ginásio, com onze anos, eu gostava de um garoto chamado Everton. Ele era moreninho e tinha os cabelos castanhos cacheados. Ele namorava a Dida, uma menina bonita e riquinha e bailarina e de cabelos lisinhos e amiga de todas as outras meninas iguais a ela. Mas a Dida e suas amigas não gostavam muito de se misturar, ou correr, ou brincar elas gostavam de fazer pose e de usar maquiagem para assim aparentar serem mais velhas. Mas todo mundo com onze anos ainda quer correr que nem idiota correr pela quadra da escola. Logo o namoro deles não deu muito certo. Eu era o que se podia chamar de beleza indefinida. Não era de todo mal, mas também não era a óbvia lindinha. Cabelo nem pro liso e nem pro cacheado e nem pra nada que pudesse ser um estilo ou moda ou até mesmo um cabelo. Roupas do mesmo jeito. Nem feias, nem bonitas. Corpo do mesmo jeito. Nem magra atlética, nem gordinha desleixada. Um meio do caminho que piorava muito quando com meu uniforme cinza. Não chegava a andar com as meninas feias mas nunca fui amiga da Dida e das amigas dela. Eu era média, e eu não me importa de ser assim, porquê? Porque meninas médias podiam correr pela quadra da escola sem se preocupar em suar ou ficar com o cabelo armado. E eu curtia meus onze anos, logo corria. Foi daí que um belo dia resolvi jogar futebol na educação física, a Dida e as amigas delas me olharam como se eu fosse um ET. Ok, eu não mudaria de idéia só por isso. Juntamos um time com algumas garotas Et's e fomos jogar. Foi uma hora animadíssima de corrida atrás do que mesmo? Assim, da bola. Mas eu quase nem toquei nela. Passando o jogo os meninos vieram nos cumprimentar, de repente ninguém estava com a Dida, todos estavam lá com as meninas medianas, enquanto as bonitinhas de cabelo liso se corriam em ciúmes. Percebi então que eu tinha algo que aquelas meninas não tinham: a admiração dos meninos mais bacanas da escola.
No meio do tumulto e das risadas fomos para o intervalo, dada hora calmamente Everton caminhou até mim, e falou: você é linda sabia? eu fiquei muda e estarrecida e ele continuou : Podemos conversar na hora da saída? Pronto, senti que meu rosto inteiro se avermelhou, e só consegui dizer : sim, e esse saio meio engasgado meio ronquidão, meio falado. Ele por sua vez havia falado tudo bem sério, sem rir, sem parar pra pensar simplesmente me elogiou no dia que eu tinha suado mais que um porco na hora do abate e não satisfeito ainda queria conversar comigo. Ah vá. Ele saiu piscando pra mim, e eu sai pisando firme, com os olhos apertados e com as unhas enfincadas nas palmas das minhas mãos. Minha vontade era sair correndo e só voltar pra escola na outra encarnação. O que tinha dado nele?Pois bem, às seis da tarde, que era a hora de saída da escola, não conseguia conter o coração e o intestino, a sala dela era duas depois da minha e se encontrar na escada era algo que sempre acontecia, e eu sempre adorava, mas naquele dia no eu estava querendo sair da escola voando menos pela aquela maldita escada. Uma amiga virou pra mim e disse séria : Mas o que será que ele vai te falar? Será que ele vai querer ficar com você? E eu não sabendo o que falar só pensava em uma maneira de arrumar logo as minhas coisas na mochila e sair correndo de lá. Convenci minha amiga a demorarmos um pouco mais para sair pois se fossemos embora às seis e quinze ele ja teria ido embora, e no outro dia se esqueceria dessa maluquice de falar comigo na saída. Prometi a ela que, se ela fizesse isso compraria o lanche dela por duas semanas, e morta de fome como era aceitou na maior.Ok, sinal tocou e pela porta eu vi o Everton saindo da sala dele com aquele sorriso lindo que ele tinha e descendo as escadas. Ele estava cheio de livros. Meu coração tava parado na língua. Eu vou me trancar aqui a vida toda. Eu vou sumir do mundo. Ele não vai me ver nunca mais na vida. Eu vou mudar de escola, de país e depois pedir a NASA pra me mandar pra outro planeta. É isso. E amanhã, na hora do recreio, ele vai…. Ele vai o quê? Contar pra Dida que eu fui pra outro Planeta, e os dois vão rir de mim e constatar que eu era mesmo um ET. E ele vai voltar a namorar com ela que é bailarina e tem o cabelo lisinho e é amiga das meninas mais bonitas da escola. E eu? Eu vou pra Marte, e terei que ir à escola de lá e todos vão saber que eu vim da Terra fugida porque não tive coragem de conversar com o garoto que eu gostava. E serei motivo de fofoca pra sempre. E os garotos de lá não vão falar comigo porque não sou exatamente linda e nem exatamente muito normal e claro sou um fugitiva da terra . E se meus tutores de Marte quiserem falar com meu pai, meu pai não vai querer falar com eles, porque quem resolve as coisas mais difíceis é a minha mãe. E minha mãe não vai querer falar com eles, porque vai estar internada pelo susto. Minha amiga me cutuca para irmos embora e eu volto do meu mundo de fantasia e aterrizo direto na sala de aula, aonde só se encontra eu e ela.
Olho para a escada e quem está lá? Sim, o Everton. Porquê me pergunto quase chorando, ele me esperou quase quinze minutos? Eu era uma médiana de onze anos e assim continuaria para o resto da vida. Mas o Everton, o garoto mais popular e bonito e charmoso e gente boa da escola, estava me esperando na escada. Decido descer a escada, não há mais como esperar. Vejo que ele está nas mãos com os livros de química, física e gramática. Tentando parecer descolada mas tremendo muito, pergunto qual matéria que ele estudou hoje. Qual? Ele ri, ensaiado : nenhuma, trouxe pra minha mãe não ficar me enchendo. Eu tento parecer mais descolada ainda e falo que também faço isso, o que é uma grande mentira porque eu sempre fui muito nerd. Minha amiga sai de mansinho e eu a olho com um olhar fulminante de ódio, mas ela sorri como se estivesse crente que nem sempre ser amiga é fazer tudo que a outra quer. Ele me empurra para a saída e eu vou tentando não tremer tanto, ele me pergunta se gosto de futebol, e eu tento lembrar de algo que meu pai estava assistindo na TV, consigo engana-lo bem falando do Corinthians, e ele se surpreende que eu conheça algo de futebol. Saindo da escola passamos pela praça do beijo, lá era o lugar aonde todos os casais da escola ficavam, e eu me tremia mais ainda. Imaginei ele me jogando em um daqueles bancos e beijando minha boca sem ao menos me pedir licença pois é assim que os meninos tratam alguém de quem não gostam. Aquilo tudo me fazia mal demais, eu não entendia o que ele estava fazendo ao meu lado e toda a hora meus pensamentos me faziam sair daquela cena e ir pra outra. Me senti o verdadeiro Doug Funie. Comecei a pensar se eu fosse uma princesa, nos estariamos namorando e ele me levaria ao shopping. Mas como sou a garota estranha, ele tentaria me agarrar na praça. E como eu sempre tive curiosidade em saber como era estar com um garoto realmente lindo e desejado, eu deixaria. Mas se eu fosse uma princesa, ele estaria agora nervoso pra pegar na minha mão. Triste, triste, vou ficando tão triste. Por que não sou uma princesa? De repente. Puft. Scatapuft. Trililililim. Não sou mais a garota de onze anos, estranha, com medo de ser agarrada por um garoto inexperiente e afobado que acabou de terminar com a namorada. Estou ao lado da cena, escrevendo esse texto. Everton é um ótimo personagem para uma historinha. A estranha e insegura que pediu a amiga para enrolar na saída da escola para não ir embora com ele é uma personagem também. Não tenho mais medo dele tentar me agarrar mas leio “ele tenta pega-la pelo braço e a levar até o banco da praça”. Não sinto que ele começa a me abraçar e tenta enfiar a língua dele na minha boca apenas leio “e ele começa a abraçar e enfia a língua atrapalhada dele na boca dela”. E fico feliz quando, no parágrafo seguinte, descubro que a garota levanta e grita “chega, desculpa, mas eu não consigo, vai embora, por favor, eu nem conheço você direito, eu não quero que meu primeiro beijo seja assim”. Everton, frustrado e muito tímido, sai devagar, como que tentando ainda pensar em algo que salvasse sua tarde. Muito provavelmente não encontrou nada e ficou em silêncio. Ela fica sentada lá com a camiseta e a alma amassada. Everton vai embora. Ela sente uma dor profunda e se promete duas coisas: um dia vou ser uma escritora e um dia vou ser uma princesa.
No outro dia, Everton me pede desculpas na hora do recreio e agente começa a ser amigos. Um mês depois ele me pede em namoro (como era fácil namorar naquela época) e eu a garota estranha e médiana comecei a namorar com o garoto bonito e mais legal da escola. Tudo corre bem, eu virei princesa assim como queria. Hoje as 22 anos me sinto novamente a menina estranha, o Everton casara em Outubro, e imagino que seja com alguma bonitinha de cabelo lisinho ex bailarina, mas pelo menos agora eu me sinto quase uma escritora. Tudo saiu bem.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O que escrever nesse blog?

Listo prováveis assuntos: política, mercado de trabalho, homens que cospem catarros horrorosos pelas ruas, meus frustrados relacionamentos, sexo sem amor, a necessidade de ter alguém pra chamar de amor. Demoro um dia inteiro para me decidir porque sou indecisa. Não me decido por nenhum porque sou insegura e egoísta: quero todos. Então vamos lá, seguindo a ordem. Existe um boato por aí que políticos tem a vida boa e que todos eles são meio ou inteiro corruptos. Isso faz com que as pessoas se frustrem tanto que a maioria hoje em dia não liga mais para votação, elas dizem : Todos são iguais Maria Evanilda, vota em qualquer um. E acabam fazendo exatamente o que eles querem, o quê? Votar sem pensar, alienado que todos são iguais então que se escolha qualquer um, e é assim que o Brasil fica estagnado, as pessoas generalizam tudo e perderam seu conceito de escolha.
O mercado de trabalho, é uma coisa que eu ainda não sei explicar direito, muitos acham esse papo muito cool e sem pensar em nada se matriculam aos montes pelas faculdades do país. Sou estudante de jornalismo há um ano e meio e simplesmente ainda não consegui nenhum estagio na área, trabalho com engenharia para poder pagar a faculdade e minhas regalias e já estou ciente que assim que conseguir um estagio na área não terei um salário alto mesmo se tiver que trabalhar mais de doze horas por dia. E tudo isso porquê? Estudantes de comunicação em sua maioria ganham mal, e não existe lógica cientifica pra isso. A Industria paga bem, a área de comunicação mal, já virou slogan nas faculdades. Muitos amigos e parentes perguntam por que eu não optei em estudar e me fixar na área da Industria? Porque sabendo dos problemas do mercado de trabalho eu optei por jornalismo? O que posso dizer, eu amo pensar em trabalhar com jornalismo, com textos, com informação quero um trabalho que me de prazer, mesmo que eu tenha que pagar pra trabalhar. Eles não acreditam nisso e acham que optei faculdade de jornalismo para ter vida mansa, afinal uma faculdade de engenharia é torturante até para os mais nerd's. Falando com alguns amigos que trabalham na área descobri que o slogan do pagar pouco é realidade, e muitos pensam ninguém normal atura isso não é mesmo? Mas caiam pra trás, aturam sim e felizes. Trabalhar com algo que se gosta parece ser o maior salário que todos eles tem. Então quanto a ter a vida mansa, que vão todos para a merda antes que eu me esqueça. Não sei de muitas coisas nesta vida, mas aprendi que entre a paixão e o ódio pelos meus relacionamentos frustrados e o mercado de trabalho, tem sempre um catarro. Vou andando pelas ruas pensando em todos os lados bons e ruins do meu novo paquera: ele não é muito bonito, mas engraçado, fala bem, conhece MPB, tem algumas gírias estúpidas mas curte Jack Johnson e Plá, uma catarrada. Eu vou ganhar mal, me darão uma bosta de um PC em vez de um Mac, eu vou ficar muito tempo sentada e minha bunda ficará horrível, plá, outra catarrada. Por que diabos esses imundos homens cospem essas melequeiras pelas ruas? Por que diabos? Por que diabos? Como eu odeio isso. ODEIO. Onde está escrito que o mundo permite essa nojeira exposta à luz do dia? Às vezes é preciso desviar para não sentir respingagens disso no peito do pé. Desejo do fundo do meu coração que todos eles sufoquem entalados com suas crias gosmentas e fiquem tão verdes quanto elas. Mas ainda mais nojento do que escutar aquela chupada suína que precede o plá da catarrada, é escutar o sugar de tesão de um escroto qualquer que você nunca viu na vida. É aquele “ssssssssss delícia”, “ufffffffffffffffff gostosa”. Não se anime não, seu homens sapiens urbano, que o que você está vendo é apenas o poder de uma calça jeans cara que uma estudande de jornalismo em começo de carreira com seu salário bom que ganha em engenharia só pode ter comprado em quatro vezes sem juros. Você não tá vendo, querido, que por trás disso é apenas a bunda de uma estudande que sofre várias crises com o paquera que agora parou de mandar mensagens e decidiu sumir sem nenhuma explicação natural? Tá caída, meu bem! Nem me lembro o dia que esteve em pé. Aliás, isso me lembrou a politica, mas este assunto já deu.E por falar em dar... dar não é fazer amor como maravilhosamente disse Luíz Verissímo, dar sim é dar. Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido, mas dar é bom pra caramba. Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca, te chama de nomes que eu não escreveria, não te vira com delicadeza, não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom. Melhor do que dar, só dar por dar. Dar sem querer casar, sem querer apresentar pra mãe, sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo. Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral, te amolece o gingado, te molha o instinto. Dar porque a vida de estudande de jornalismo em começo de carreira é estressante e dar relaxa. Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã. Tem caras que você vai acabar dando, não tem jeito. Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro. Dar é bom. Na hora. Durante um mês. Para as mais desavisadas, talvez por anos. Mas dar é dar demais e ficar vazia. Dar é não ganhar. É não ganhar um “eu te amo” baixinho, perdido no meio do escuro. É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir. É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar: "Que cê acha, amor?". Dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito. Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor, esse sim é o maior tesão. Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar o suficiente pra nem perceber as catarradas na rua.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Acabou.

As saídas mais cedo do trabalho, os happy hour as 11:00 da manhã, as camisas verdes e amarelas fazendo o metrô ser um verdadeiro carnaval.
Acabou, as bandeirinhas e as pinturas das ruas, as caras pintadas de verde e amarela na Republica e na Agusta. Acabou o sonho do hexa, e claro o patriotismo de quem é brasileiro apenas de quatro em quatro anos.

O time do ignorante Dunga inimigo número um agora da Globo, do Kaká que chegou, continuo e saiu da copa morto e bichado, do Robinho que na mesma partida que deu passes memoráveis simplesmente não apareceu em jogo, do Fabuloso Luiz Fabiano que de fabuloso só foi nas eliminatórias, e claro o time brasileiro que não tinha brilho no banco de reserva, e tinha Felipe Melo arrebentando a canela de todos, volta para casa depois de muita sorte e pouco jogo em campo.

Eu não entendo nada de futebol, e talvez seja por isso que não citei que Ramires que jogou muito, e que Juan o irmão gêmeo de Robinho que fez um gol perfeito no primeiro tempo contra o Chile, não apareceram nesse último jogo. Tenho medo de estar falando coisas que um conhecedor de futebol nato irá dizer : O que essa garota está falando? Porque de fato de futebol só entendo de bola e coxas, e cá entre nós mais de coxas.

Do mais a mais, entendo de Brasil, entendo que enquanto mais de 19 milhões de brasileiros torciam para a seleção, na câmara os deputados assinavam um aumento em seus salarios de 18% e claro, o mais importante de tudo, que patriotismo agora só daqui a 4 anos não é mesmo volúvel e cego povo brasileiro? Então, que viva agora a Argentina. A seleção de Maradona e Messi é a minha favorita, sim, agora que o sonho do hexa acabou e o Brasil volta pra casa sem a taça, eu não saio mais cedo do trabalho e o mínimo que posso fazer é apreciar o bom futebol dos portenhos, e claro, as coxas, ah, que coxas.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Sobre o fim do primeiro ano de comunicação.


E nem sempre a festa é a razão de ser.
Eu atravessei a rua e pensei, desta vez não vou olhar para trás. Meus cabelos deram uma leve esvoaçada, minha franja caiu no rosto, lembrei do celular, eu precisava ligar e dizer para quase todos eles que me importava, mas não liguei...
Eu passei dois semestres odiando aquela massa cerebral pobre de infra estrutura relapsa, mas de repente me deparei com a verdade: eu precisava daquela pobreza para descobrir a capacidade de ser.
Ser o que se quer, sendo a gente inventa, sendo a gente cria, foi criando que eu aprendi a gritar e gritando que eu descobri como escrever. Hoje aprendi a escrever minha pobreza.
Por dois semestres eu ouvia aquela rotina com um apito esganiçado, como trilha sonora, meu coração pedia conforto. Mas de alguma forma maluca eles me confortaram, e toda aquela pobreza se fez longe mesmo estando ao meu redor, simplesmente porque eles estavam comigo, a vida naquele ambiente se tornou mais divertida. E tão de repente quanto isso que me fez feliz mesmo não estando totalmente insatisfeita, o trem chegou e eles gritaram : É preciso partir!
Cai num espaço branco, com um silêncio mórbido...tinha um cheiro de vermelho e uma aparecia conhecida, gritei um curioso “Oi” o silêncio respondeu e pediu para me calar, não tinha uma esquina, ou muro para espiar por cima, me agachei, abracei os joelhos e naquele grande espaço vazio chorei baixinho...eu estava indo pra jornalismo agora, mas estava sozinha.


EJ, mas que amigos de faculdade minha lição de vida.
Não importa onde você está, mas sim com quem você está!


... vou sentir saudade de todo mundo junto!